A Páscoa judaica
Com uma duração de 8 dias a páscoa judaica (Pessach) é uma das é uma das festividades mais relevantes do judaísmo. A páscoa é celebrada pelos judeus do mundo inteiro durante o mês de abril.
A Páscoa judaica comemora a passagem do povo de Israel da condição da escravos para a liberdade. Por 430 anos Israel gemeu sob o rigor da escravidão Egípcia. Naquela época o Egito era a maior potência econômica e militar do mundo.
A liberdade do jugo egípcio só veio quando Deus se manifestou a Moisés no meio de uma sarça ardente, no deserto de Midiã. A partir daí Moisés juntamente com seu irmão Arão se tornaram porta-vozes de Deus para comunicar os propósitos divinos na terra.
Toda a história da páscoa judaica se encontra, na Bíblia Sagrada, principalmente no Livro de Êxodo, cujo significado é “saída”, referindo-se à saída do povo de Israel do Egito. Moisés é a personagem mais lembrada na celebração da páscoa judaica, pois ele foi o homem escolhido por Deus para libertar Israel da escravidão egípcia.
A história da páscoa tem uma forte conexão com o propósito de Deus em libertar Israel e conduzi-lo de volta à terra prometida – Canaã, dessa forma os israelitas podiam adorá-lo em liberdade. A possessão da terra de Canaã havia sido prometida por Deus a Abraão, Isac e Jacó. No capítulo 3, versículo 8 do Livro de Êxodo Deus se expressa assim: “Portanto desci para livrá-lo da mão dos egípcios, e para fazê-lo subir daquela terra, a uma terra boa e larga, a uma terra que mana leite e mel; ao lugar do cananeu, e do heteu, e do amorreu, e do perizeu, e do heveu, e do jebuseu.” Por essa razão que a celebração da páscoa judaica é também um marco do nascimento do povo de Israel como nação.
A história da páscoa judaica também lembra a dura resistência de faraó à ordem divina para libertar Israel, o que ocasionou o envio de 10 terríveis pragas sobre o Egito. Essas pragas arrasaram o Egito, mesmo assim Faraó se manteve completamente em estado de rebeldia. Em Êxodo 9.13-17 temos um incrível relato dessa obstinação:
“Então disse o Senhor a Moisés: Levanta-te pela manhã cedo, e põe-te diante de Faraó, e dize-lhe: Assim diz o Senhor Deus dos hebreus: Deixa ir o meu povo, para que me sirva; Porque esta vez enviarei todas as minhas pragas sobre o teu coração, e sobre os teus servos, e sobre o teu povo, para que saibas que não há outro como eu em toda a terra. Porque agora tenho estendido minha mão, para te ferir a ti e ao teu povo com pestilência, e para que sejas destruído da terra; Mas, deveras, para isto te mantive, para mostrar meu poder em ti, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra. Tu ainda te exaltas contra o meu povo, para não o deixar ir?”
Na noite da saída Deus do Egito Israel participou da primeira páscoa. O povo de Israel obedeceu todas as instruções divinas em relação ao sacrifício do cordeiro, cujo sangue foi posto nos umbrais das portas para livramento da morte de seus primogênitos. No relato bíblico lemos assim: “E aquele sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga de mortandade, quando eu ferir a terra do Egito.” (Êxodo 12.13) Mediante a obediência os primogênitos dentre os filhos de Israel foram poupados( salvos). Por essa razão a páscoa judaica também comemora a vitória sobre a morte.
Pela continuação do relato bíblico sabemos que faraó sempre endureceu seu coração à vontade divina e, mesmo depois da última praga, (a morte dos primogênitos), faraó mudou de ideia e passou a perseguir Israel até no curso do Mar Vermelho onde finalmente ele e seu exercito afogaram-se.
Devido a muitos milagres que Deus operou no Egito para livrar Israel, a páscoa judaica também é um momento de gratidão a Deus por um livramento sobrenatural. Na noite da travessia no Mar Vermelho Moisés falou ao povo: “Lembrai-vos deste mesmo dia, em que saístes do Egito, da casa da servidão; pois com mão forte o Senhor vos tirou daqui; portanto não comereis pão levedado.” (Êxodo 13.3)
A Páscoa Judaica expressa o valor da liberdade
A comemoração da páscoa judaica é feita em família. É uma alusão ao texto de Êxodo 12.24-28: “Portanto guardai isto por estatuto para vós, e para vossos filhos para sempre. E acontecerá que, quando entrardes na terra que o Senhor vos dará, como tem dito, guardareis este culto. E acontecerá que, quando vossos filhos vos disserem: Que culto é este? Então direis: Este é o sacrifício da páscoa ao Senhor, que passou as casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu aos egípcios, e livrou as nossas casas. Então o povo inclinou-se, e adorou. E foram os filhos de Israel, e fizeram isso como o Senhor ordenara a Moisés e a Arão, assim fizeram.
Como a páscoa judaica enfatiza o valor da liberdade, a experiência no Egito jamais deveria ser esquecida pelo povo de Israel. Em Deuteronômio 24,17,18 Deus deixou este mandamento: “Não perverterás o direito do estrangeiro e do órfão; nem tomarás em penhor a roupa da viúva. Mas lembrar-te-ás de que foste servo no Egito, e de que o Senhor teu Deus te livrou dali; pelo que te ordeno que faças isso.”
A Páscoa Judaica e a páscoa cristã
Para o povo judeu o Messias ainda não veio ao mundo, por essa razão a páscoa judaica contempla mais o seu significado na liberdade física que ela representa. Na páscoa Cristã todos os elementos da páscoa judaica tem um significado espiritual, sendo que o o principal deles é a figura do cordeiro imolado, o qual simboliza Jesus Cristo o Cordeiro de Deus o qual foi sacrificado por nossos pecados e nos libertar do pecado e da morte. Para saber mais sobre este assunto leia também O Significado da Páscoa Cristã.
Independente da religião, a páscoa é uma época linda para reunir a família com muito amor. Várias lições podem ser tiradas neste momento, como dividir conquistas com os próximos e demonstrar afeto e carinho por eles. Parabéns pelo texto. Beijos!